Sepultado corpo de cliente que morreu depois de ser puxado de palco de boate em Santa Maria

O corpo de Enio Daniel Druzian, 56 anos, foi sepultado na manhã desta segunda-feira (16) no Cemitério Municipal São José, em Santa Maria. 

Dono de uma empresa que conserta máquinas de lavar roupa, Druzian morreu depois de supostamente ser agredido dentro de uma casa noturna do Bairro Camobi, na madrugada de domingo (15). Ele era viúvo e deixou um único filho.

– Eu perdi meu pai por negligência, omissão e falta de preparo de profissionais que deveriam estar muito bem preparados. Vários jovens, em todos os finais de semana, vivem e curtem, e dessa vez o meu pai saiu e não voltou. Então, espero que a justiça seja feita – desabafa o filho da vítima, Lorenzo Druzian. 

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O fato aconteceu por volta das 3h de domingo (15), durante uma festa no estabelecimento Reunião Chopp e Churras, no Bairro Camobi. Em imagens cedidas pela boate é possível ver que Druzian está em cima do palco, quando um dos seguranças o puxa. A vida teria caído no chão ao ser retirado do palco. 

Nas imagens, também é possível ver dois seguranças arrastando Druzian para o lado de fora do estabelecimento. A vítima recebeu os primeiros socorros de pessoas que estavam na festa até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele foi reanimado no local, mas não resistiu aos ferimentos. 

Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), Adriano De Rossi, novos depoimentos serão prestados e as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento devem ser analisadas. O segurança responsável por retirar a vítima do palco já foi identificado.

Conforme o delegado, até o momento, nenhuma das testemunhas ouvidas pela polícia levantou a hipótese de agressão.

— Na ocorrência consta que ele foi retirado porque estava em cima do palco e iria começar a arrear as calças. Em um dos vídeos que está circulando isso não acontece, não aparece essa conduta da vítima, mostra ele realmente sendo puxado. Em relação ao segurança ter agredido ele posteriormente, não chegou nada oficialmente até nós. Temos um pedaço do que aconteceu, não um todo. Agora, ouvindo outras testemunhas, vamos aprofundar isso – afirma De Rossi, que ainda nesta segunda-feira deve ouvir o depoimento dos seguranças que trabalhavam no estabelecimento na madrugada de domingo.

Estabelecimento busca elucidação do caso

Os proprietários do Reunião Chopp e Churras garantem que prestaram toda a assistência à família de Druzian e que estão à disposição das autoridades, conforme informa a advogada Taís Lora, que representa a boate. 

– Nós contratamos essa empresa de segurança terceirizada pela credibilidade que ela tem na cidade. As imagens vão comprovar o que realmente aconteceu e a nossa isenção total da casa nessa situação, prestando todos os esclarecimentos e nos colocando à disposição, contribuindo e colaborando para a elucidação desse caso – diz a advogada.

Empresa de segurança nega agressão

Quem presta o serviço de segurança à boate é a empresa de segurança Najar e Cortes, que nega ter ocorrido qualquer agressão ao cliente.   

– Não houve qualquer ato de agressão contra a vítima, inclusive não se tem ainda nem o laudo de necropsia para apontar o que efetivamente causou a morte. Então, acho muito prematuro as pessoas saírem divulgando de que houve agressões – afirma Vagner Sobierai, advogado da Najar e Cortes.

De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), um exame de necropsia foi feito e vai apontar a causa da morte. O laudo deve ficar pronto nos próximos dias.